Morre conhecido engraxate maringaense Baianinho
Quem passava pela Avenida Getúlio Vargas em Maringá, quase sempre encontrava ele nas calçadas, sentado engraxando sapatos. José Xavier de 70 anos, o conhecido engraxate “Baianinho”. Ele acabou falecendo nas últimas horas, a morte foi confirmada pelo seu filho nesta manhã de sexta-feira (11), que fez um comunicado através das redes sociais. O motivo do falecimento não foi divulgado.
HISTÓRIA DE VIDA
Nascido na cidade de Jacobina, na Bahia, em 14 de março de 1952, José não conheceu seus pais. Foi criado por um tio, o pedreiro Amélio Xavier. Chegou em Maringá ainda criança, vindo com o tio num caminhão “pau de arara”. Amélio voltou para a Bahia e o sobrinho teve que se virar sozinho na nova cidade. Para sobreviver começou a engraxar e por um bom tempo dormiu na rua. Seu primeiro ponto foi no Maringá Velho. Com o desenvolvimento do “Maringá novo”, veio para o centro. E há décadas que sua banca faz parte da paisagem da Avenida Getúlio Vargas, entre as ruas Santos Dumont e Neo Martins.
Entre os que já sentaram em sua cadeira, boa parte dos políticos maringaenses de destaque neste meio século, entre prefeitos, vereadores, deputados e senadores. Empresários, médicos, pecuaristas, advogados, jornalistas também fazem parte de sua clientela, muitos deles há décadas. Com isso, Baianinho conseguiu constituir família, criar e dar estudo aos 7 filhos, e ter uma vida digna.
Sempre simpático e bem humorado, ele está todo dia a postos em sua banca na Getúlio, faça chuva ou faça sol. O que lhe tira o bom humor, conta, são as crianças e jovens em situação de abandono pelas ruas. “Dá vontade de chorar”, diz ele, com a autoridade de quem já sentiu na pele o drama de morar na rua.
Baianinho foi homenageado e se tornou cidadão benemérito em Maringá no ano de 2017.
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